Dilma, Lidice, Olívia. Três nomes, três mulheres, três exemplos. Às vezes penso que estou sonhando, pois, há um bom tempo não via tanta mulheres chegando ao poder, as três com sua historia de luta em seu partido, em sua base política. Dilma Nascida em família de classe média alta e educada de modo tradicional logo cedo , interessou-se pelos ideais socialistas, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, passou para a luta armada contra o regime militar, integrando organizações como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Opan (onde passou por sessões de tortura) e depois no DOPS. ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre no governo Alceu Collares e mais tarde foi secretária estadual de Minas e Energia, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001. Participou da equipe que formulou o plano de governo na área energética na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002, onde se destacou e foi indicada para titular do Ministério de Minas e Energia. Novamente reconhecida por seus méritos técnicos e gerenciais, foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil devido ao escândalo do mensalão, crise que levou à renúncia do então ministro José Dirceu. Foi considerada pela Revista Época uma dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
Lidice, o nome quase já diz lider pois é isso que ela é. Primeira e única mulher à frente da Prefeitura de Salvador, a economista Lídice da Mata foi eleita em 1992 com o apoio de uma ampla coligação partidária. A sua administração foi marcada por realizações voltadas para o social, apesardo grande cerco econômico e de comunicação que enfrentou, comandado pelo grupo político que governava a Bahia na época. A sua carreira política teve início no movimento estudantil, como líder, quando ainda cursava economia, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFBa. Destemida, teve intensa participação nas lutas populares pela anistia e contra a ditadura e na campanha das diretas já Como prefeita de Salvador, promoveu políticas sociais inovadoras e educativas, por meio de inúmeros projetos, destacando-se a "Fundação Cidade Mãe", premiado nacional e internacionalmente e um dos mais bem sucedidos programas de assistência a crianças e jovens desenvolvidos na Bahia.
Em 2006, com uma expressiva votação, Lídice voltou ao Congresso Nacional, eleita deputada federal pela Bahia, com 188.927 votos, sendo a mais bem votada na capital baiana. Na Câmara, teve destacada atuação na Comissão de Turismo e Desporto, como presidente, apresentando e votando importantes projetos para a fomentação do turismo no estado e no Brasil, a exemplo da Lei Geral do Turismo (LGT).
Olívia a negona da Bahia. O inicio da sua vida política se difere das outras porque. Olívia teve que aprender cedo a lidar com as dificuldades de qualquer criança que naseu pobre, sendo a terceira filha que sobreviveu das oito gestações de sua querida mãe que era uma empregada doméstica, deste cedo teve que olhar casa e os irmãos e toda sua infância foi de carência extrema mas, isso não deixou que deixasse de lutar, de sobreviver e sua história política começou aos 14 anos, quando teve que trabalhar como servente em uma escolinha particular. Esse foi o pontapé para a escolha de sua carreira academica. Se preparou para o ingresso na universidade com os módulos velhos da filha da dona da escola em que trabalhava como faxineira. Prestou vestibular sem ter feito cursinho e em 1987 Foi aprovada em Pedagogia na Universidade Federal da Bahia – UFBA foi ai que sua história sofreu a primeira grande mudança. Enquanto estudava Olívia foi Militante histórica das causas negras e até bem pouco tempo secretária Municipal de Educação de Salvador, Maria Olívia Santana - “A negona da cidade” - atualmente atua atualmente como vereadora (PC do B) e integra o Fórum das Mulheres Negras e o Conselho de Promoção da Igualdade Racial.
Exemplos como esses permitem dizer que vivemos um bom momento para as mulheres se afirmarem mais decisivamente na comunidade da politica nascional nacional. Mesmo assim, há um longo caminho de futuras conquistas, já que elas ainda são minorias, seja no poder do mundo político, do econômico ou mesmo do acadêmico.
Essas conquistas de espaço de poder como vejo como conseqüência de uma luta que vem de muito tempo, não só no Bahia ou no Brasil, mas no mundo todo, embora a participação feminina esteja muito aquém do que representamos no mundo. A mulher construiu um espaço importante na sociedade, seja como candidata, eleitora, no trabalho, na Ciência, nas artes ou em casa
Para ser parlamentar, é essencial que a mulher amplie seus espaços nas diversas instâncias sociais, pois "sem a conquista de poder, nossos direitos e, inclusive, a luta pela igualdade, contra a discriminação e contra o machismo, ficam limitados". É muito importante que a mulher dispute e exercer o poder de uma maneira igualitária. Mesmo tendo características próprias e terminamos fazendo a diferença em relação aos homens
em relação ao sucesso dessas mulheres nas eleições vai depende de novas posturas dos partidos políticos e do eleitorado brasileiro e baiano, pois o que queremos é buscar de alterações, quantitativas e qualitativas, no quadro de representação feminina nos diferentes espaços legislativos do Brasil e da Bahia.