quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Mães Africanas

Grandes Mães ou divindades femininas no Continente Africanos, existem desde o princípio do mundo. Elas vieram de todos os horizontes e são eleitas estrelas guias de todos os lugares, onde são identificadas pelo seu direito e destino de serem Mães.A maioria das sociedades de linhagem da África pré-colonial era matrilinear.Isso significa, que esses agrupamentos humanos tinham as mulheres no poder. Quando um homem, de outra linhagem, pretendia desposar uma mulher desse tipo de linhagem, ele se mudava definitivamente para esta sociedade e passava a viver sob as regras desse novo grupo. A preferência era que o novo casal tivesse filhos do sexo feminino, a fim de fortalecer a linhagem.Assim sendo, o território era matrilocal, a sucessão era matrilinear e o poder era matriarcal. Os rituais de iniciação, de passagem e cerimônias outras, eram comandadas pelas mulheres – sacerdotisas, anciães, guardiãs dos conhecimentos e segredos. A essa transmissão de conhecimento, podemos nominar de educação.
Os valores recebidos de nossas mães negras está baseada na filosofia africana, que envolve a vida em todas as suas dimensões:
A Fé ,a maneira de se relacionar com o sobrenatural, com outras dimensões da existência humana e com a natureza.
A sabedoria dos ancestrais e dos antepassados.
A inteligência,para saber ler os acontecimentos e distinguir o bem e o mal.
A coragem ,para descobrir suas próprias potencialidades – suas competências, seus valores, sua dignidade sendo negro.
A força ,para enfrentar a vida cotidiana e ter confiança que a proteção dos Orixás, Inquinces, Voduns e Caboclos vai nos apoiar e nos orientar.
A segurança no relacionamento com as heranças dos nossos antepassados, dos nossos ancestrais, o que significa ter firmeza na prática e no cultivo de nossos princípios, nossos valores, nossas lições, nossas experiências.
Mães ancestrais e as Sociedades Femininas.
MAWU – Mãe de todos os Vodus
EZELI – Mãe de filhas guerreiras e filhos guerreiros Nzamê , Maberê, Kuabá – que reúnem-se para idealizar a figura masculina para lhes fazer campanhia.
Nassissim – os olhos da alma, o ponto brilhante do fundo do olho.
Bongué – cuja alma é Nassissim
Nyamê – o lado feminino da divindade Akan Wagadu – aquela que permanecerá viva. Os alaúdes do SAHES cantam para ela. Nzambi – entidade maior dos Bakongos
Nalunga – entidade maior dos Bassongas Na – Buku e Mawa – Lisa maedo povo fon Kilemdé – árvore da vida dos bantus Geledés – Sociedade secreta de mulheres do Reino Yorubá
Existem várias lendas e fatos históricos que podem muito bem ilustrar o poder das mulheres nas sociedades africanas. Uma delas é a que se refere a uma sociedade secreta de mulheres, onde homens não podiam entrar. Um grupo de homens, curiosos para saber o que acontecia naquelas reuniões, resolveu se vestir de mulher e, disfarçados, conseguiram entrar e descobrir o segredo. Era uma sociedade religiosa.
Seria por esse motivo que a maioria dos orixás masculinos da religião do Candomblé, vestem saia, como punição dada pelas mulheres daquela sociedade.
Temos muitas heranças da tradição africana onde cabe à mulher a direção de vários segmentos.
Desde o período pós-abolição (no Brasil), que as mulheres negras assumiram o posto de “cabeça do casal” e ainda hoje criam e educam seus filhos.
Um dos exemplos mais fortes dessa herança é o fato da existência esmagadora de yalorixás, em especial na Bahia.


Fonte Cadernos de Educação do Ylê Ayê.-Boletim Eparrei Online

Um comentário:

CasaemArembepe disse...
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