quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia

A nossa pesquisa de campo aconteceu na Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia, situada no bairro do Uruguai na Península de Itapagipe. Essa Organização foi Implementada em julho de 1989, com a missão de lutar para formar cidadãos aptos para combater as desigualdades e buscar soluções dos problemas e desafios da sociedade e cada vez mais criar mecanismos de luta em defesa de uma qualidade de vida para os seus moradores na formação ética, social e humana. Ela tem como principio básico a valorização das pessoas e respeito ás deferências. É uma organização civil, não empresarial, sem fins lucrativos com foro e Jurisdição no território do município de Salvador. Suas áreas de intervenção, atualmente, são:
• Saúde: Atenção primária à saúde infanto-juvenil. Controle nutricional.
• Educação: Viabilização do acesso das crianças ao Ensino Fundamental e a Educação Infantil. Aula de reforço escolar. Alfabetização de jovens e adultos. Capacitação de ed Educação e Saúde da Mulher: Funciona no Posto de Saúde, trabalhando com mulheres do Uruguai e adjacências temas como :aleitamento materno, gravidez precoce, DST (incluindo a AIDS).
• Grupo de Crianças e Adolescentes: Formado , inicialmente, por representantes dos grupos participantes do III Encontro Nacional de Meninos e Meninas de Rua.
• Informática e Cidadania Palmares: Implementada para promover a inclusão digital, capacita pessoas e cria condições para formação direcionada e participativa que funciona como suporte às exigências do mundo do trabalho que tem, atualmente, solicitado o conhecimento em informática.
• Desenvolvimento Comunitário: Mobilização, organização e formação de lideranças locais para o enfrentamento de problemas sociais de forma organizada e estratégica.
• Desenvolvimento Econômico: Implantação de bancos comunitários. Formação para trabalhadores e trabalhadoras. Ações e grupos produtivos de economia solidária.
• Desenvolvimento de Lideranças: Adolescentes e jovens protagonistas e adultos ajudando na construção de uma cultura de paz;
• Desenvolvimento Espiritual: Proporcionar as famílias motivação para vivenciar valores que fortalecem a fé e a paz na comunidade;
• Serviço ao Cliente - Acompanha de forma sistemática o público atendido, seus familiares e o monitoramento de suas participações nas atividades da organização, e da comunidade;
• Gestão de Projetos: Setor especifica para elaborar propostas e captar recursos.
Direitos Humanos: Participação e integração de grupos em fóruns municipais, estaduais e nacionais. Intervenção prepositiva em políticas públicas, através dos conselhos de direitos.
Atualmente a Associação está desenvolvendo um projeto, o Novas Tendência Estéticas Afro-brasileira que tem como objetivo criar e manter um espaço comunitário e lúdico de pesquisa, produção e serviços em estética afro-brasileira reorientando os “olhares” sobre a identidade e que seja pólo de resistência desta identidade, ao tempo que promove trabalho e renda para a juventude local. Como foi o que mais chamou atenção na visita e por está na área de atuação do curso falarei um pouco sobre ele.
O Projeto Nova Tendências Estéticas Afro-brasileira, realizado pela Associação com o apoio do Criança Esperança, confirmando-se como o quilombo, a aldeia onde a juventude de Itapagipe continua a resistir contra a ocidentalização e seus estereótipos, equívocos e preconceitos, é o local onde a manutenção das tradições, da ancestralidade e o enfrentamento ao racismo, à negação da cor e da beleza de ser negro, negra, indígena, cabocla/a. A proposta é fundamentada em áreas como cultura, inclusão social, principalmente o acesso aos bens culturais, às novas tecnologias e ao mundo do trabalho. O Nova Tendências como pólo catalisador dos anseios, sonhos e desejos dos meninos e meninas em condição de vulnerabilidade social e expostas à discriminação racial trazendo para o dialogo sobre a ética, sobre os valores estéticos, sobre a origem, sobre a raça, etnia e gênero, é um fato. Precisa, agora, unir os saberes internalizados com a prática, com bandeiras de luta, com a geração de trabalho e renda.
O exercício da cidadania, a reflexão continua sobre a cultura afro-brasileira e sobre a questão sócia racial, faz articulação dos resultados das oficinas lúdicas e o discutido na área de desenvolvimento pessoal e social, culmina com uma tendência própria onde a estética equivale a valores, a “olhares” críticos, a comportamentos e não a um simples visual. É, sobretudo, a tomada de consciência de si, da identidade, da história e da realidade, faz com que os adolescentes e jovens além de terem apreendido novas técnicas, estão com mais consciência do que é ser negro, negra, cabocla/o, indígena representantes de um povo, de uma cultura, de uma identidade.
A necessidade de empoderamento intelectual e especifico da adolescência e da juventude local para o desafio de conhecer, assimilar, planejar e lutar por políticas públicas reparatórias e de promoção da igualdade racial, da equidade de gênero, de formas de proteção dos direitos do individuo brasileiro, baiano, nordestino e itapagipano logo, o re-encontro do menino e da menina com suas origens, possibilitam a releitura do que é apresentado e o fazem como referencia a raça e a luta que já perdura por mais de 300 anos.





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