quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O processo de Aquisição do conhecimento

Mariselma Bonfim

Ao passar a atividade sobre a construção do conhecimento a professora josely Muniz me fez refletir sobre a minha profissão, como foi à busca para me tornar no que sou hoje, como nos formamos seres humanos e nos constituímos como educadores. Como foi difícil definir um caminho certo a seguir, resolvi primeiramente fazer uma análise do meu entendimento sobre processo de construção do conhecimento.
Na formação da construção do conhecimento, a ação existe sempre em todas as especificidades. O que muda é sua qualidade, sua organização, e seu funcionamento. O sujeito percebe, organiza, concebe, conceitua, discrimina, em seguida de modo simbólico, pré-conceitual, pré-operatório, operatório. Assim, durante o estágio sensório-motor o sujeito concebe o objeto por imitação e depois pela a reprodução diferida. Durante o estágio simbólico, a concepção se faz pelos jogos simbólicos. Se há dificuldades de aprendizagem, porém, deve-se precisar em que nível de ação, de interação até mesmo, elas se estabelecem. Por que há momentos na vida que são de aprender, e outros de desaprender para re-aprender. Com certeza, este é um momento de olhar para as características do individuo no momento da construção do conhecimento, possibilitando-lhe vivências adequadas à sua realidade e ao seu desempenho no processo de aprendizagem. Todas as diferentes dimensões do ser se articulam em uma totalidade que possibilita a construção do conhecimento e, por seu caráter estruturante e totalizador, a construção do próprio sujeito cognoscente. Construir conhecimentos é uma arte que requer cuidado, pois necessita de uma analise profunda do entendimento do homem. Entende-se conhecimento como aquele gerado por um sujeito que tenha uma consciência cognitiva, ou seja o sujeito cognoscente. O conhecimento é concebido por seu conteúdo e pelo encanto de suas possibilidades quando em contato com a aprendizagem humana.
A educação escolar tem sido discutida muito em muitas áreas do conhecimento. Nesta analise educacional sobre a construção do conhecimento histórico farei algumas considerações diante desse amplo tema. Este século nos coloca mais do que nunca, a necessidade de que a educação trabalhe a formação ética e plural dos alunos. Estamos diante de uma reflexão educacional na qual almejamos encontrar melhores condições para o profissional e para quem busca na escola uma educação, compromissada com a sociedade em que atua. É na luta reivindicatória dos movimentos sociais e populares pela democratização da cultura, e por suas possibilidades de acesso aos diferentes espaços de poder e de decisão, tanto na sociedade como no Estado. Esta Analise implica considerar os processos e mecanismos pelos qual o novo processo (As novas tecnologias), em qual no final dos anos 1985 e 2000, se converte em um contexto cultural, social e histórico concreto para a educação. À escola e ao professor não cabe mais a função de transmissão de conhecimento, segundo Freire o individuo se apropria do conhecimento e passa a ser o sujeito da historia já que essa apropriação de dá-se a partir do universo do homem. Caberia, sim, a escola e ao professor a função de possibilitar o conhecimento usando as múltiplas e variadas modalidades de informação já disponíveis, as novas tecnologias, recomendadas tanto para o educador quanto para o educando.
Minha construção do conhecimento nesse processo de ensino-aprendizagem deu-se no antigo ensino do primeiro, segundo e terceiro grau em uma escola estadual. Hoje percebo nessa analise o quanto fomos treinados e cobrados sob formação conteúdista. A formação humana muitas vezes é construída fora da escola, em casa, ou seja, com a família e o meio social.
Lembro-me que aprendi minhas primeiras letras com minha irmã em casa, Que estava seguindo os passos de pesquisadores renomados, tais como, Emilia Ferreiro, Magda Soares, Ana Teberosky, e do próprio Paulo Freire que refletira a respeito da importância da cultura e escrita do sujeito porque para ele Alfabetizar vai além do restrito espaço da sala de aula, vai no reconhecer que o povo tem um saber, ainda que parcial e fragmentado. Ele continua em Pedagogia do Oprimido escrito em 1968 quando esteve em Santiago do Chile, que o saber das classes populares esta incluído no “Universo temático” em que os seres humanos vivem em cada época. Se essa época fosse hoje diária que o tema seria o da libertação.
Nas escolas em que fui matriculada estudei mais deveres do que direitos para saber viver em uma sociedade capitalista competitiva e exploradora, sem esquecer de toda discriminação que passei em ser primeiramente negra e segundo mulher e um país cheio de preconceitos.
Nas classes em que estudei a nossa percepção ( minha e dos colegas) estava voltada a estudar para passar e se possível tornar-se um bom profissional em uma determinada área. Sendo que a integração dos alunos na sala e para com a comunidade em que pertencíamos não foi trabalhada, os professores esqueceram disso ou talvez nem soubessem o que era isso. Penso que seria importante na comunidade escolar à inserção de todos os indivíduos que compõem a organização do mesmo. Na forma de compromisso de ambas as partes, instituição e sociedade, em promover a verdadeira educação democrática rumo ao desenvolvimento mais social do que o econômico. Precisamos rever o papel da escola através da educação que ela esta destinada a proporcionar á seus educandos. Seu papel deve ser relacionado à que tipos de cidadão querem e precisam na sociedade. Um cidadão solidário ou individualista incapaz de ajudar seus irmãos.
Meu Sonho como estudante de uma escola publica era que não houvesse uma sociedade com divisões de classes, onde todos pudessem participar da construção da educação, então seguindo os idéias de Mark entre para um movimento estudantil e um partido político, onde poderia como dizia o próprio Mark participar do processo de “libertação” com as revoluções sociais daquela época, ou seguindo o pensamento de Freire (1974,p.111) requerer “a superação das “situações-limites” em que o homem se encontra”. Nessa participação percebi que estava buscando o lado errado da construção educação. Por isso quis ser uma educadora, como também para que com meus alunos enxergar neles exemplos positivos na construção do conhecimento, que percebessem suas potencialidades, suas virtudes e seus valores e que se percebessem como co-autores dessa construção. E foi na criança que coloquei toda minha esperança, pois, ela sim é nosso futuro, É foi pensando nessa criança que procurei diversos pensadores que a conhecia melhor do que eu. Entrem os muitos que estudei citarei (LIMA, 1996, p.63), que afirma “A criança, ao longo do seu desenvolvimento, vem fazendo várias leituras do mundo ” Aqui ele trata-se de uma leitura num sentido amplo onde desde cedo ela necessita vivenciar, experimentar, para compreender as situações reais. Trarei também Soares que diz que a criança sentirá a necessidade de decifrar o mundo através da leitura. Para que isso seja realmente possível devem-se criar oportunidades para que a criança manifeste sua necessidade de compreender e expressar suas idéias através do pensamento e da ampliação do vocabulário, e por fim trago novamente Freire que em sua tendência libertadora diz que o educando deixa de ser objeto deposito de informações e passa a analisar suas realidades, seus conhecimento e discuti com seus pares a possibilidades de mudanças.
Desejo que no futuro bem próximo a educação tenha a qualidade que não é vista hoje e que seja universalizada, onde todos tenham acesso, independente de raça, idade, gênero, etnia ou nível social e também que essa criança na qual acredito hoje tenha a oportunidade de mostrar suas potencialidades quanto participante dela.
Retornando ao meu processo de construção Depois de muito estudar e tentar compreender a criança, resolvi trabalhar diretamente com ela e com 15 anos de idade eu me tornei educadora de uma turma de educação infantil e lá presenciei toda sua etapa de construção do conhecimento que segundo afirma Soares (2003), foram no contexto das grandes transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que a criança aprende ampliando o sentido do “letramento”. E junto com essa turma fui também construindo meu saber educacional que futuramente me daria o direito de ser chamada de alfabetizadora, pois como na Alfabetização a criança adquire o domínio de um código e das habilidades de uma língua com o fim de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita, eu estava adquirindo meu domínio como educadora popular.
Infelizmente aqui no Brasil como em outras partes do mundo os saberes só são reconhecido quando se passa pela academia então resolvi alcançar mais essa meta., bem que para isso tive que passar por uma educação mais mormalista e para isso escolhi uma escola publica que mesmo com todos os problemas educacionais que foi citado no inicio desta analise ainda conseguia ser a melhor escola que formava professor aqui na Bahia mesmo com seu mais tradicionalismo , o Instituto de educação Isaias Alves- ICEIA. Lá conheci outros renomados pesquisadores, tais como Piaget, Sonia Krammer, Cipriano Luckesi, Jussara Hoffman, Tfouni, dentre outros, que contribuíram para a construção do meu conhecimento. Com eles pude refletir a respeito da importância do que é educar, saber, conhecer e aprender, e digo que aprendi muito com meus alunos. Mas tarde apois 4 anos de muita experiência e aprendizagem a Pedagogia surgiu na minha vida, não como uma paixão, mas sim como um meio de conseguir alcançar meus objetivos, pois meu grande sonho era me graduar em história, conhecer mais o por quê de tantas coisa aconterem na área educacional do mundo . Depois de anos tentado passar na universidade em história, resolvo tentar pedagogia e passo entre as 10 primeiras. Estudar Pedagogia no inicio foi difícil, pois teve que argumentar com professores que os pensamentos diferenciavam dos meus, que muitas vezes me fizeram desvia das minhas convicções, mas essas foram as primeiras dificuldades à serem superadas dentro da academia as outras foram, conflitos entre o meu pensar e dos pensadores que eu estava estudando a falta de sensibilidade de alguns professores e colegas, a não socialização entre academia e comunidade. Penso que na vida a gente aprende a cada momento, sendo assim o meu caminho só está começando e a construção do meu conhecimento também, tenho ainda bastante caminho a seguir, e muitos desafios que me levaram a seguir sempre em frente.




REFERÊNCIAS



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